domingo, 1 de agosto de 2010

Dermatologista explica diferenças entre cânceres de pele e dá dicas de prevenção

O câncer de pele é o tipo de câncer com maior incidência no Brasil. Representa cerca de 25% dos tumores malignos registrados no país nos últimos anos, sendo que, só no ano de 2008, mais de 50 mil brasileiros manifestaram a doença, segundo estudos do Instituto Nacional do Câncer.

O Dr. Marco Antônio de Oliveira, dermatologista especializado em oncologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que a doença se caracteriza pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. As células formam camadas, umas mais profundas que as outras. Os diferentes tipos de câncer de pele estão relacionados à profundidade das camadas afetadas.

— A pele humana possui uma substância chamada Melanina, que é responsável por criar uma espécie de barreira que protege o núcleo das células contra os efeitos malignos de agentes externos, como, por exemplo, a radiação ultravioleta dos raios solares. Quando as células da pele que possuem este pigmento perdem sua função normal, elas se proliferam de maneira desordenada, reproduzindo e formando lesões irregulares, que caracterizam o câncer —, diz.

Oliveira reafirma que a maior arma contra o câncer de pele é a prevenção. A predisposição genética, exposição constante a Raios X e a substâncias químicas (como arsênico e outros produtos tóxicos) e ao vírus do HPV são outras causas que podem levar ao surgimento do câncer.

No entanto, a principal medida é, sem dúvida, evitar a exposição aos raios solares, pois seus efeitos são cumulativos, fazendo com que a doença apareça após muitos anos. Utilizar sempre o filtro solar e evitar os horários em que a incidência dos raios ultravioleta é maior (entre as 10h e as 16h) são medidas simples que ajudam a manter a pele saudável e a evitar problemas desagradáveis e perigosos no futuro.

— Cabe ao médico especializado em Oncologia Dermatológica identificar as causas da doença, a fim de fazer o diagnóstico correto e estabelecer o tratamento mais adequado a cada caso —, alerta o especialista.

O índice de mortalidade provocado pelo câncer de pele é pequeno, sendo que apenas o Melanoma pode levar a óbito. A morbidade, por sua vez, se manifesta em grande parte dos casos, se não houver um rápido diagnóstico e tratamento adequado, pode provocar a destruição local das células da pele, deformações e, até mesmo, mutilações. Para estes casos, os tratamentos mais comuns incluem cirurgias ambulatoriais (ou de maior porte, nos casos mais graves) e radioterapia.


Abaixo, Marco Antônio diferencia os três principais tipos de câncer de pele:


Carcinoma Basocelular

É o mais freqüente, representando 85% dos casos. É mais comum surgir ao redor dos 40 anos, pois está diretamente ligado à exposição solar cumulativa durante a vida. Apesar de raramente causar metástase, pode destruir os tecidos à sua volta, atingindo até cartilagens e ossos.


Carcinoma Espinocelular

Representa 10% dos casos e é uma modalidade mais grave do que o Carcinoma Basocelular. Pode se disseminar por meio de gânglios e derivar em metástase. Entre suas causas, além da exposição prolongada aos raios solares durante a vida, principalmente sem a proteção adequada, também está o tabagismo.


Melanoma

Esse é o tipo mais perigoso da doença, com alto potencial de produzir metástase. Não responde bem a tratamentos e representa aproximadamente 3% dos casos. Pode levar à morte se não houver diagnóstico e tratamento precoce. É mais freqüente em pessoas de pele clara e sensível. Normalmente, inicia-se com uma pinta escura.